2.11.09

[Redação tema livre] - Ecobags

Escrito por Ana Mora às 19:28 0 comentários
A preservação do meio ambiente e os engajamentos sociais vêm cada vez mais tomando conta da mente perseverante das pessoas que pretendem, de uma forma ou de outra, mudar o mundo. O número de vegetarianos aumenta cada dia mais, além do número de ONGs que surgem para o cumprimento de metas sociais e meio-ambientais que, deixadas de lado pelos governos das grandes metrópoles, tornam-se cada vez mais problemáticas, prejudicando não somente o "presente", mas comprometendo o futuro.

O mundo da moda também tem atraído essa onda preservacionista para si. Além de tecidos reciclados - praticados hoje não somente por comunidades como uma forma de arrecadação de verbas para seus membros, mas também por grandes marcas como a Osklen - também quero situar o papel das Ecobags, que não nasceram como um produto de moda, mas acabaram tornando-se um.


Acredito eu que o ato das "sacolinhas retornáveis" teve um início um pouco macabro quando relembramos de uma modinha que há tempos passou, lá pelas idas e vindas de 2004/2005, quando o trend era sair por aí de sacolinha de feira na mão. A sacolinha de plástico barato forradinha com motivos e cores exuberantemente cafonas, tornou-se objeto de desejo quando acrescentados acessórios com motivos tão folclóricos como a mesma, como por exemplo fitinhas do Senhor do Bonfim, florzinhas de fuxico e etc. Por um certo tempo acompanhou fashionistas e pessoas 'descoladas' em geral, gerando um bom fluxo e uma boa abertura para um trabalho ainda maior em cima do que viriam ser as ecobags.

Acompanhando essa tendência, as grandes redes de supermercados resolveram investir em sacolas retornáveis com suas marcas próprias, gerando um lucrinho também sobre essas vendas; além de diminuir a quantidade (e a qualidade!) das tão famosas sacolinhas de mercado que no fim sempre viravam coletoras de lixo. Essa era uma tendência que já existia há algum tempo em varejos alimentícios no exterior, mas que retardou-se um pouco para chegar aqui. Quando chegou, não causou também grandes sucessos, afinal de contas, ainda não havia sido embutido na mente do consumidor que gastar R$ 5,00 a mais numa sacola de TNT poderia salvar a vida dos seus netos no futuro. Devo dizer, como agente catalizador desse processo, que no começo as sacolinhas eram realmente deploráveis, chegando a me deixar várias vezes na mão quando uma alça ou outra simplesmente se desatava, causando uma grande mescla de materiais alimentícios no chão da rodoviária que fica do lado do mercado aqui perto de casa. Assim, não culpemos ninguém pelo grande fracasso inicial das sacolas brasileiras, a não ser as próprias fornecedoras do material de gigante qualidade! :)

Alguns anos depois, uma designer inglesa chamada Anya Hindmarch, criou uma sacola de lona com alças de corda (minhas laranjas da fruteira agradecem o material utilizado), e com um silk marketeiro e chamador de atenção por si só: "I'm not a plastic bag" (Eu não sou uma sacola plástica). Segundo a própria designer, ela queria que sua sacola fosse um tipo de embaixatriz para a eco-responsabilidade, inspirando outras pessoas e marcas a fazerem o mesmo e formarem na mente das pessoas uma relação das sacolas com as compras, assim, elas sempre seriam utilizadas, e diminuiríamos o impacto ambiental por conta das sacolas plásticas, usadas principalmente nos mercados.

Foi uma boa idéia, rendeu muito lucro (muita falsificação do produto também), e, por algum tempo, por ter sido feita em edição limitada, tornou-se um verdadeiro objeto de obssessão ao redor do mundo.
E desde então o produto não se apagou. Aquele glamour que podíamos observar na tão desejada bolsa, se calou um pouco, se conteve. Entretanto as ecobags acabaram por pegar realmente seu verdadeiro caminho: a preservação ecológica.
É quase incomum na atualidade que os supermercados não possuam suas ecobags, que as farmácias não tenham ecobags, que as lojas de departamentos, não tenham ecobags. Ela foi super aceita pelo mercado em geral, e não somente porque mantém uma imagem de "empresa que cuida do meio-ambiente" às suas marcas, mas também porque facilitam as compras da clientela, já que agora é muito mais fácil e seguro levar suas compras numa sacola resistente!


Assim, elas tomaram seu rumo e se tornaram um produto altamente consumível no dia de hoje, item básico para qualquer varejo, e melhor, que preserva o meio ambiente.

Análise do desfile de Marc Jacobs [Redação 3]

Escrito por Ana Mora às 13:13 0 comentários

Não sei bem o que acontece por aí, mas me parece que a moda anda mais famosa e aplaudida quando vem de mãos masculinas do que de femininas. Quantas grandes estilistas famosas e históricas podemos citar? Para cada 10 homens citados, encontramos uma mulher com esse mesmo poder de influência. Parece que o mundo masculino está muito mais atento ao que as mulheres buscam do que as mesmas...

E para exemplo disso, iremos discorrer aqui à respeito do último desfile realizado por nada mais nada menos que Marc Jacobs! Sim, aquele bonitão americano que sabe fazer chocar, que mescla a elite com as ruas, que junta a cultura toda de um país numa coisa só, e que passa isso pra gente através de desfiles bárbaros, dramáticos e proeminentes dentro das semanas de moda de NY.

No último desfile da sua coleção de ready-to-wear, em setembro de 2010, ele causou um certo rebuliço na platéia das cadeiras ao retirar o preto e as exageradas tendências "fluorísticas" dos anos 80 de sua passarela. Foi por um caminho mais sóbrio e, como sempre, causando drama, quando voltou-se para o ballet, reinados, óperas, coisas circenses e um certo "quê" oriental.

Referências múltiplas que fizeram o estilistas embarca numa coleção fantasiosa, porém totalmente usável e cabível às tendências mercadológicas atuais.

A maquiagem foi uma arte à parte, pois lembrou bem os figurinos teatrais, e também o ar oriental das gueixas. O rosto coberto de pancake branco com sombras coloridas e charmosas, que combinavam com o vermelho do batom clássico e com as cores das peças dos looks.

Nas cores, observamos uma mistura excêntrica, porém que deu certo e caracterizou artísticamente o desfile. Branco, rosa pálido, rosa antigo, champagne, verde musgo e militar , bege, cáqui, prateado, diferentes tons de azuis, cores em tons metálicos (especialmente os rosas e azuis), vinho, preto, cinza, etc. Mescladas, por mais brilhosas ou destacadas que estivessem, deram um ar de sóbrio-chique às peças.

Nos detalhes, observamos primeiramente a quantidade incrível de babados (que foram realmente muitos!), golas altas, rendas de todas as cores e formas possíveis, texturas brilhantes e sutis, texturas radicais e feitas de um material que se assemelhava à plástico ou vinil, fitas de cetim, cintura absurdamente demarcada, tops e sutiãs num estilo semelhante à madonna-like-a-virgin sobrepostos em camisas sociais, peças em moleton, calças 'estilo Aladin', leggings transparentes e de tecidos finos de várias cores, detalhes luminosos amplificadores de peças, tons e peças clássicas misturadas à um estilo Navy (com especial atenção aos nós, de mesma referencia náutica, encontrados em uma das saias), tartans coloridos (muito em voga atualmente por conta do sucesso de camisas como Ben Shermann e Fred Perry), camisas e casaquetos sociais mesclados com estampas orientais num mesmo look, bolsas em couro (repletas de franjas ou babados, ou os dois juntos!), cachecóis diversos, muita sobreposição, casacos com abotoamento militar, saias esvoaçantes em tecidos leves, estampas e recortes inusitados, junção de texturas, cores e aviamentos numa mesma peça, etc.

Como já citada na fonte deste artigo, Jacobs filtrou sua mente febril e altamente criativa, repleta de referências, de jeito que deu chance à tudo acontecer ao mesmo tempo. Ele tirava e colocava, de um lugar e jogava em outro, sem referência física ou material, simplesmente de acordo com o seu gosto.

O desfile não fez tanto sucesso quanto o anterior, mas segundo o próprio, ele conseguiu alcançar o ponto máximo que propunha na passarela: não desfilar mais uma coleção para àquela semana de moda.


por ANA PAULA MORA PEREIRA - NC 8 - 05101873


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Slideshow das peças: http://www.style.com/fashionshows/complete/slideshow/S2010RTW-MJACOBS/?loop=0&iphoto=51&play=false&cnt=57

Fonte: http://www.style.com/fashionshows/review/S2010RTW-MJACOBS

O papel do designer hoje [Redação 2]

Escrito por Ana Mora às 11:52 0 comentários
Design, para o mundo cultural brasileiro, sempre indicou inovação, modernidade. Na verdade, traduzida do inglês é simplesmente 'desenho', mas o 'desenho brasileiro' agregava em si tradições impenetráveis e os artistas correspondentes não queriam se render à um novo mundo que surgia.

Essa é uma declaração que podemos denominar de atemporal, portanto não cabe aqui a segregação através de anos ou séculos, porque é sempre assim que funciona e sempre assim que funcionará. Infelizmente, em termos artísticos culturais, a sociedade é estática e resistível a novas tendências. Quando estas se impõem, através de formas diversas que causam a penetração na sociedade, são aceitas e transformadas de acordo com a estética vigente, havendo o rompimento do caráter simbólico e a adequação a realidade já existente.

Hoje em dia observamos que o mercado coagente dos designers atuais é puramente marketeiro. Trata-se de lucro, de vendas, de superação de metas e massificação popular. Portanto, um dos principais papéis dos designers é realizar a mescla do artístico e da expressão pessoal com o mundo capitalista, tornando-se quase que puramente um agente corporativista do mundo dos negócios. O designer tende a resgatar tendências de outrém, de famosos que inovam (ou copiam, ou reciclam, ou reformam) e são auto-patrocinados (ou tão acreditados que já são tidos como verdadeiros artistas), e de coisas já existentes, que acompanham a (des)evolução do seu trabalho artístico.

Afunilando o assunto para a área da moda, nos deparamos com essa mesma máquina coagente e asfixiante. Não é que possamos dizer que exista uma falta de criatividade ascendente na área, mas é amplamente vísivel que a mesma está se tornando característica de muitas marcas, especialmente no mercado de moda brasileiro, se pudermos comparar com a Europa, por exemplo. Aqui, há o mercado, a venda, não um espaço aberto e definitivo para a moda como arte ou a arte da moda, como provou o estilista e artista plástico Jum Nakao, já amplamente citado em artigos deste gênero.

Jum Nakao rompeu paradigmas criando uma coleção completa feita em papel vegetal para o desfile de 17/06/2004 da São Paulo Fashion Week, com detalhes e modismos que surgiram de sua própria capacidade pessoal, não seguindo tendências mundiais ou sequer buscando a venda dos produtos. Ele fez o que seu coração mandou, guiando mente e emoção numa busca por uma perfeição inexistente, rompendo aspectos estéticos vigentes e criando uma nova gama de informações a serem exploradas por seus discípulos. Logo mais seu desfile seria amplamente aplaudido e divulgado por conta da dramaticidade contida no final, onde as modelos rasgaram as peças, demonstrando raiva, ódio e, ao mesmo tempo, adoração por aquilo que faziam.

Esta imagem ficou por muito tempo pairando no mundo da moda brasileira, dando formas de gênio ao grande criador da atuação. Entretanto, seguindo seu caminho, Jum se retirou daquele mundo que queria dominá-lo e tê-lo como mestre artístico, dando asas às suas próprias criações, independentes de quais fossem.

Não tenho a intenção de julgar designers por, de certa forma, venderem-se ao mercado corporativo, que lucra através de suas artes e experiências pessoais passadas para um pedaço de papel, mas gostaria que, com esse artigo outras pessoas se inspirassem em estar realizando feitos para a humanidade, e não somente buscando algo para comer.

por ANA PAULA MORA PEREIRA - NC 8 - 05101873

Uma pequena introdução. [Redação 1]

Escrito por Ana Mora às 11:37 0 comentários
Oi!

Renovando um pouco e tirando a poeira aqui instalada, vou fazer deste blog um arquivo aberto de utilidade pública. Talvez nem tão pública assim, pois, por tempo indefinido, ele será utilizado para a entrega de dissertações para a professora Eleni ^^

Há muito tempo eu escrevo em blogs. Entretanto, eu sempre enjoei de todos, e assim como dá pra se verificar no meu perfil, tenho vários abertos e nenhum continuado, hehehe.

Mas sempre tive vocação, uma certa paixão, e aficção por escrever. Gosto de ler, escrever, criar, mesmo não sendo a pessoa mais criativa do mundo, ou a mais cheia de informação, por pura preguiça de pesquisar alguma coisa pra discutir. Ultimamente eu tenho lido bastante a cerca de alguns filósofos, procurar entender à respeito da retórica, a aristotélica, herdeira daquela de Sócrates; a teologia inovadora de Boff, que invoca a contradição contra sua própria religião; as teorias medievais de Brisingr, que com muitos e muitos detalhes, tornam o livro super cansativo e, fazem com que eu nem veja a hora passar dentro do ônibus para o trabalho; e uma novelinha tosca de banca de jornal, cujo nome Sabrina, me fez pagar R$ 5,00 pra usá-lo de peso de papel (é importante segurar as folhas soltas de TCC quando sua escrivaninha fica perto da janela).

Ah, fora isso eu também sou muito adepta à música, especialmente rock em suas muitas formas, pop dos anos 80, e outras coisinhas mais.

E fora isso, vou começar logo com isso, porque já não tenho muito o que falar. Falar? Aqui não se fala, se expõe. Apenas isso. :)

ANA PAULA MORA PEREIRA - NC 8 - 05101873
 

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